Apresentação
Os regimes autoritários pela sua natureza repressiva e centralizadora costumam modificar as estruturas de representação do sistema político, bem como a participação e engajamento de grupos e indivíduos. Em muitos casos e por inúmeros motivos, a organização da luta contra os governos autoritários não se limita ao campo político, mas expandem-se para outros espaços, entre eles o cultural. Essa reconfiguração dos campos em contextos autoritários, da mesma forma alteram a dinâmica dos grupos e dos indivíduos que organizam a oposição política em inúmeras frentes. Tal como ocorreu no Brasil durante as ditaduras Vargas e militar, bem como noutros países da América Latina.
O tema da resistência, em suas múltiplas dimensões, é um assunto controverso e por vários motivos. Um deles porque a historiografia que procura defini-lo como conceito não é de modo algum consensual e toda opção nesse sentido é permeada por riscos e apostas. Outro porque no Brasil especificamente o tema da resistência está diretamente associado à construção de uma memória que situa, de um lado, a sociedade como expressão da democracia, vítima da ditadura, de outro, os militares como encarnação do mal que se impôs sem consentimento sobre a população, quando pesquisas acadêmicas e farta documentação informam que parcela significativa da sociedade brasileira, numérica mas também representativamente, apoiou sucessivos golpes na história brasileira.
Atualmente, os historiadores em diversas partes do mundo, que se debruçam sobre a atuação da resistência em regimes de exceção, estão empenhados em evidenciar a construção dessa memória por diferentes grupos, que deu (e dá) sustentação muitas vezes a essa análise polarizada da realidade.
Esse grupo de pesquisa do CNPQ, cadastrado na Unespar, Campus Curitiba I/Embap, tem como objetivos gerais:
- Reunir estudantes em vários níveis de formação (graduação, mestrado e doutorado) que iniciam suas pesquisas acadêmicas nesse campo;
- Promover atividades de pesquisa e extensão relacionadas aos temas do autoritarismo e da resistência em suas múltiplas expressões e práticas;
- Realizar uma discussão conceitual em torno dos temas do autoritarismo e da resistência, das ditaduras e dos regimes totalitários; tendo como eixo metodológico as articulações entre arte e política, cultura e história;
- Mapear as formações de resistência em regimes de exceção ou mesmo em contextos democráticos que flertam com práticas autoritárias.
A organização do grupo divide em duas linhas de pesquisa.
A linha de pesquisa Produção Artística e Cultural tem como objetivos:
- Mapear as formações de resistência no campo artístico e cultural, em países da Europa e da América do Norte, mas também e principalmente em países com histórico similar ao do Brasil no âmbito da Ásia, da África e da América Latina que foram submetidos a regimes autoritários ou totalitários;
- Mapear a formação da resistência cultural na ditadura militar brasileira a partir de estudos de caso que se organizaram numa ampla frente de resistência ao autoritarismo.
A linha de pesquisa Regimes Autoritários e Totalitários, por sua vez, almeja:
- Analisar os fenômenos do autoritarismo e do totalitarismo e seu impacto na organização dos indivíduos e da sociedade;
- Contrapor-se à dualidade autoritarismo versus resistência, também resistência versus cooptação, tomando a precaução de evidenciar que entre fenômenos situados de lados opostos existe uma variedade de práticas caracterizadas pelo “pensar-duplo” e pelas “zonas cinzentas” que devem ser igualmente contempladas.
O tema da resistência, em suas múltiplas dimensões, é um assunto controverso e por vários motivos. Um deles porque a historiografia que procura defini-lo como conceito não é de modo algum consensual e toda opção nesse sentido é permeada por riscos e apostas. Outro porque no Brasil especificamente o tema da resistência está diretamente associado à construção de uma memória que situa, de um lado, a sociedade como expressão da democracia, vítima da ditadura, de outro, os militares como encarnação do mal que se impôs sem consentimento sobre a população, quando pesquisas acadêmicas e farta documentação informam que parcela significativa da sociedade brasileira, numérica mas também representativamente, apoiou sucessivos golpes na história brasileira.
Atualmente, os historiadores em diversas partes do mundo, que se debruçam sobre a atuação da resistência em regimes de exceção, estão empenhados em evidenciar a construção dessa memória por diferentes grupos, que deu (e dá) sustentação muitas vezes a essa análise polarizada da realidade.
Esse grupo de pesquisa do CNPQ, cadastrado na Unespar, Campus Curitiba I/Embap, tem como objetivos gerais:
- Reunir estudantes em vários níveis de formação (graduação, mestrado e doutorado) que iniciam suas pesquisas acadêmicas nesse campo;
- Promover atividades de pesquisa e extensão relacionadas aos temas do autoritarismo e da resistência em suas múltiplas expressões e práticas;
- Realizar uma discussão conceitual em torno dos temas do autoritarismo e da resistência, das ditaduras e dos regimes totalitários; tendo como eixo metodológico as articulações entre arte e política, cultura e história;
- Mapear as formações de resistência em regimes de exceção ou mesmo em contextos democráticos que flertam com práticas autoritárias.
A organização do grupo divide em duas linhas de pesquisa.
A linha de pesquisa Produção Artística e Cultural tem como objetivos:
- Mapear as formações de resistência no campo artístico e cultural, em países da Europa e da América do Norte, mas também e principalmente em países com histórico similar ao do Brasil no âmbito da Ásia, da África e da América Latina que foram submetidos a regimes autoritários ou totalitários;
- Mapear a formação da resistência cultural na ditadura militar brasileira a partir de estudos de caso que se organizaram numa ampla frente de resistência ao autoritarismo.
A linha de pesquisa Regimes Autoritários e Totalitários, por sua vez, almeja:
- Analisar os fenômenos do autoritarismo e do totalitarismo e seu impacto na organização dos indivíduos e da sociedade;
- Contrapor-se à dualidade autoritarismo versus resistência, também resistência versus cooptação, tomando a precaução de evidenciar que entre fenômenos situados de lados opostos existe uma variedade de práticas caracterizadas pelo “pensar-duplo” e pelas “zonas cinzentas” que devem ser igualmente contempladas.